- FOGO CONTRA FOGO - Brasileiras relatam orientações das autoridades após terremoto na Turquia: ‘Pediram pra manter os documentos nos bolsos’
As brasileiras Monnaliza Medeiros, de 33 anos, e Érica Alves, naturais de Natal, no Rio Grande do Norte e que moram na Turquia há cerca de um ano, relataram ao g1 o clima da população após o terremoto que deixou mais de 2 mil mortos entre o país e a Síria nesta segunda-feira (6).
Elas contaram que a cidade de Alanya, onde vivem, não foi tão impactada pelo tremor, não tendo desabamentos e vítimas fatais. Apesar disso, o abalo sísmico foi sentido.
“Aqui onde eu estou teve o tremor sim, mas a gente não sentiu tanto, pelo menos eu e as meninas [outras duas potiguares com quem mora]. A gente sentiu só nossa cama tremer. Só que como aqui tem tanto trovão, a gente não assimilou tanto o que seria. Depois que a gente viu”, disse Monnaliza.
Monnaliza disse que a sensação dela após o terremoto foi de receio, principalmente por estar longe da família.
“A gente fica com um pouco de receio, porque a gente está distante da família e a vida é uma vela, a qualquer instante pode se apagar. Então a gente fica com um pouco de medo de acontecer alguma coisa e a gente estar distante da família, não ter pra quem recorrer”, falou.
Orientações
A dançarina potiguar, que atualmente está trabalhando em um restaurante na cidade, conta que eles receberam algumas orientações das autoridades locais após o terremoto.
Segundo ela, a maioria dos restaurantes e bares locais a noite vão estar todos fechados “porque o país todo entrou em comoção pelo terremoto”.
“O que eles pedem pra gente fazer é ficar sempre atento, porque provavelmente pode haver outro terremoto hoje [segunda]. Pediram pra gente ter muito cuidado, manter documentos em bolsa, correr, porque a gente mora em prédio, e é mais difícil a saída. E, durante o dia, pediram pra gente não ficar dentro dos restaurantes. Sempre que for comprar alguma coisa, ficar do lado de fora”, contou.
Érica Alves relata que a situação é tensa, mas ela não pensa em deixar o país. “Até o momento não pensamos em deixar o país. Estamos preocupadas, assim como todos os moradores aqui, e o clima por aqui é bem tenso. Recebemos muitas mensagens, não só da família e amigos, mas também de nossos seguidores que acompanham nosso dia a dia no Instagram por não ter notícias nossas lá, porque ficamos tão chocadas com tudo que acabamos ficando sem ação, mas agora já tranquilizamos a todos”, contou.
As potiguares relataram ainda que no centro da cidade nesta manhã estavam recolhendo água e cobertores para auxiliar vítimas do terremoto.
Terremoto mata mais de 2,4 mil na Turquia e Síria
Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu a região central da Turquia e o noroeste da Síria na manhã desta segunda-feira (6), causando cerca de 2.400 mortes nos dois países e deixando mais 7 mil pessoas feridas, além de milhares de desaparecidos.
Este é o terremoto mais forte desde 1939 na região, que fica sobre várias placas tectônicas. Segundo relatos, o tremor durou mais de um minuto e meio e gerou dezenas de réplicas. A última delas foi outro terremoto de magnitude 7,6 também na região central da Turquia por volta de 13h30 no horário local (07h30
no horário de Brasília).
A profundidade, de cerca de dez quilômetros, e a duração do tremor são dois fatores que explicam a grande destruição provocada – imagens mostram prédios inteiros desabados e municípios amplamente destruídos.
Segundo as autoridades, se sabe que:
- Segundo o último balanço do governo turco, 1.541 pessoas morreram na Turquia;
- Na Síria, foram 928 mortos, segundo levantamento do governo sírio e da ONU;
- Mais de 5 mil pessoas ficaram feridas, e milhares ainda estão desaparecidas;
- Até a última atualização desta reportagem, mais de 40 réplicas foram registradas;
- O epicentro foi a 10 quilômetros da superfície, segundo o Centro Alemão de Pesquisa em
- Geociências – esta é uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo, e pode explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada;
- O epicentro do tremor foi no povoado de Kahramanmaras, próximo à cidade de Gaziantep, no sudoeste, bem perto da fronteira com a Síria, e atingiu um raio de cerca de 250 km;
- O noroeste da Síria também foi fortemente afetado;
- O tremor também foi sentido em Israel, Chipre e no Líbano;
- Segundo o governo turco, mais de 45 países já anunciaram que enviarão ajuda humanitária e equipes de busca.
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