FOGO CONTRA FOGO - ‘O PT tinha diálogo com nóis cabuloso’, diz líder do PCC grampeado, ao atacar Moro
Uma liderança do PCC interceptada pela Polícia Federal afirmou que a facção tinha um ‘diálogo cabuloso’ com o PT e criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Os telefonemas, de abril deste ano, obtidos pelo Estado foram captados pela Operação Cravada, que mira o núcleo financeiro da organização.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal foi às ruas em 7 estados com um
efetivo de 180 agentes, para cumprir 30 mandados de prisão. Segundo o
último balanço, além de 28 presos, a ação terminou com o bloqueio de 400
ligadas ao Primeiro Comando da Capital.
De acordo com as investigações, o núcleo financeiro da facção é
responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a organização
em âmbito nacional.
No relatório de interceptações telefônicas, a PF diz: “Também foram
encontrados indicativos de vínculos da ORCRIM PCC com partidos
políticos, o que nesse momento não está dentro dos objetivos da
investigação e, semelhante a questão de corrupção de agentes públicos,
temos a necessidade de encerrar a chamada fase sigilosa da investigação”
Para dificultar o rastreamento do dinheiro, os pagamentos, chamados
de ‘rifas’, eram repassados à organização por meio de diversas contas
bancárias e de maneira intercalada, apontou a Polícia Federal.
Um dos alvos é Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’ ou
‘Veio’. De acordo com as investigações, ele atua como ‘Resumo da Rifa’, e
é responsável por ‘posição na hierarquia da organização criminosa e
também possui poder de decisão e mando sobre os demais integrantes’.
“Das investigações foi possível desvelar que o noticiado possui a função
de controlar as contas bancárias, utilizadas pela organização para
movimentar dinheiro de suas atividades ilícitas, principalmente, o
tráfico de drogas”. Ele é um dos homens de ‘relevante função, bem como
poder e comando’ do PCC, que foram transferidos para presídios federais.
Em um dos diálogos, no dia 22 de abril, ele conversa com Willians
Marcondes Ferraz, o ‘Rolex’, que também atua na mesma posição no
organograma da organização.
Outro interceptado é André Luiz de Oliveira,
o ‘Salim’.
Em uma das conversas, Elias diz a Salim: “A gente sabe que esse
governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou o mandato
agora, irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro
ano aí pela frente, irmão”.
“Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já
começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a
cúpula, irmão. O… o… quem tá na linha de frente. Então, se os cara
começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê?”, afirmam.
Resposta da Assessoria de Imprensa do PT:
'Esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e
vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro
acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez
transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o
ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o
ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve
se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra
ele'.
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