FOGO CONTRA FOGO - Rogério Marinho: reforma da Previdência pode recuperar confiança na economia
O secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da
Economia, Rogério Marinho, disse nesta terça-feira, (20), que a reforma da
Previdência é necessária para recuperar a confiança na economia do país
e assim, haver retomada do crescimento.
Ele chamou de “catástrofe” o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e
serviços do país, abaixo de 1% nos últimos 4 anos.
“Não será a reforma do sistema previdenciário que vai gerar emprego,
renda e oportunidades no Brasil. Mas alguma coisa se quebrou nesse país
que foi a confiança das pessoas e isso temos a obrigação como sociedade
de remontarmos. Essa confiança é essencial para a previsibilidade, a
segurança jurídica”, disse, em audiência pública na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado.
“Acredito que o Brasil está em um momento de inflexão. Temos muitos
problemas, muitas diferenças, muitas desavenças até. Mas, certamente, há
uma situação que nos une que é o desejo de melhorar o país”,
argumentou.
Marinho afirmou que não há registro anterior de tanta demora para a
retomada do crescimento econômico do país, mesmo quando houve a quebra
da bolsa de Nova York de 1929, problemas da década de 80 ou cíclicos da
economia mundial que afetaram o país.
“Há quatro anos estamos crescendo a
menos de 1%. Não existe registro na nossa histórica econômica dos
últimos 100 anos de uma catástrofe dessa proporção”, enfatizou.
Marinho disse que, após a tramitação da proposta de reforma na Câmara
dos Deputados, a previsão de economia com as mudanças será de R$ 933,5
bilhões em 10 anos. No último dia 07, a Câmara dos Deputados concluiu a
votação da reforma e o texto seguiu para o Senado.
O secretário destacou que o sistema atual de Previdência “é injusto
porque poucos ganham muito e muitos ganham pouco e ele é insustentável
ao longo do tempo”.
Ele citou dados demográficos para explicar a
necessidade da reforma. Segundo ele, o Brasil está envelhecendo muito
rapidamente. Em 1980, o número de pessoas em idade ativa (15 a 64 anos)
em relação a cada idoso (a partir de 65 anos) era 14. Essa relação caiu
para 11,5, em 2000 e a previsão é que chegue a 7 em 2020 e a 2,35 em
2060.
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